segunda-feira, 29 de julho de 2013

Um conto chamado Clara



 Hoje vou contar uma pra voces:
" O nome dela era Clara. Quando nasceu, seus pais adivinharam que Clara viera ao mundo pra brilhar. Sua beleza, diferente do padrao de beleza comum, encantava. Clara deve ter sido muitas figuras mitologicas. Quando os homens olhavam no fundo do seus olhos, petrificavam, com sua luz. Como uma medusa. Quando falava, encantava e fazia com que ficassem muito tempo a escuta-la. Como uma sereia. Clara era impar. e alguns numeros impares são primos, ou seja, só dividem por ele mesmo ou por um. Então Clara só tinha a si e uma unica pessoa. Eis o calcanhar de Aquiles de Clara. Ela nunca encontrará seu numero 1. Tentou varias vezes uma divisão fracionaria, mas nunca foi muito longe. Ela já era a soluçao da sua propria raiz quadrada, mas nao podia dividir isso com mais ninguem. Só o numero 1. De tanto tentar, a pobre e bela Clara ate quis multiplicar por um zero!!! Imagina, Clara virar um 0. Mas outros pares não deixaram, e expulsaram o zero da matematica de Clara. Até o dia, que ela resolveu nao procurar mais. Ela iria se multiplicar. e não só ao quadrado. Clara começou a se multiplicar, pois ela só podia ser maior se a multiplicaçao fosse por ela mesma. Num momento de solidão, Clara pensou: se multiplicasse com o 1, ela continuaria sendo apenas uma simples Clara. Decidiu entao: só posso ter mais valor, se me multiplicar por mim. Infelizmente, apareciam outros numeros impares querendo "multiplicar" Clara. E boba, caiu nessa até quase completar uma tabuada, e se deu conta, que impar, por impar, ela era muito mais feliz só. Clara tambem encontrou pares. Pares que se tornariam primos se pudessem para ter uma chance. Clara até tinha devaneios em encontrar um par mas, ela acabaria fracionando, e bem... Clara nao queria mais diminuir, apenas somar e multiplicar. Quando Clara se tornou tudo que desejava ser, por apenas contar consigo tantas vezes, Clara cansou. Faltava-lhe o seu numero 1. Mas por decepcionar-se tanto com outros numeros primos, como ela, Clara não tinha mais coragem de acreditar que o seu unico divisor que não lhe diminuiria, existia. Porém tambem nao queria mais nenhum outro numero, mesmo que sua fraçao fosse perfeita. Clara com todo seu conhecimento e beleza, chegou a conclusão: havia apenas um numero 1 e ela nao iria retroagir para tentar encontra-lo. E nem esperar por ele. Clara era um numero grande agora... Quem sairia na vantagem de ser o simples numero um e multiplicar com Clara, seria um numero de muita sorte. Que o numero viesse atras dela entao. Até que enfim Clara descobriu seu valor. e nao precisava do numero 1 para ser mais.

p.s. Dedico essa estória ao meu mestre e professo de psicanalise Dr Ronaldo de Mattos que nesta data faz aniversário. é singelo mas será um presente eterno.

Nenhum comentário: